Monólogo
Não sei por onde começar. Não sou uma pessoa de muitos problemas, e por isso agradeço muito, mas os poucos problemas que tenho já me incomodam o suficiente. Sinto que não posso ser sincero aqui, mesmo sabendo que ninguém vá ler..
Recentemente, mudei de escola. Essa deve ter sido a melhor coisa que eu já fiz na minha vida, porque o meu antigo colégio (cujo o nome é tão vulgar que aqui não deve ser mencionado) simplesmente não me deu chances de tentar ter todas as experiências que um adolescente normal deseja, mas eu também não contestei essa injustiça, o que torna os dois lados muito semelhantes..
Emfim, encerrei o ano com tentativas desesperadas de tentar me enturmar, não sei bem porque fiz aquilo, achei que eu estaria tentando concertar algo há muito quebrado, mas ali não havia mais nada a ser concertado..
Quando mudei de escola, simplesmente decidi transformar-me, recomeçar, era a chance que eu precisava para finalmente viver a minha vida como eu sempre quis. Fui determinado, consegui o que queria, fiz muitos e muitos amigos novos, com os quais me diverti muit nesse primeiro simestre.
Eu acho que, quando eu vi que estava muito mais enturmado que os outros novatos (que aliás, pensavam que eu já era veterano da primeira vez que falaram comigo, só pelo meu jeito de ser), quis esfregar isso na cara dos meus antigos colegas, por mais que todos me dissessem que eu simplesmente não precisava provar nada para ninguém, eu ainda sentia um vazio, e ainda sinto necessidade de que todos soubessem que eu não já era como antes, eu tinha mudado, tinha me tornado aquilo que eu queria ter sido na minha escola antiga. Para isso, eu simplesmente agi como uma pessoa completamente diferente do que sou, e, no final, me senti muito, mas muito mal, como se eu tivesse feito algo muito errado, como se um pedaço de mim tivesse sido arrancado e jogado fora.. Desde aquele dia em diante, percebi que simplesmente não podia me forçar a mudar em menos de 2 meses a 1 simestre, e que, se eu realmente quisesse mudar, seria gradualmente, com um passo de cada vez, sem estrapolar como fiz. Depois de refletir sobre tudo, segui como se nada tivesse acontecido, sendo eu mesmo, o que para mim foi muito bom, até por que as pessoas com as quais eu tinha que conviver aceitaram a minha face verdadeira muito melhor do que a superficial. Com o tempo, fui encontrando problemas, soluções e tudo o que precisava para ser feliz. Com o tempo, fui encontrando pessoas maravilhosas, com as quais rio muito e tenho a sorte de poder chama-las de amigos. Com o tempo, também conheci pessoas que despertarm o meu amor, o qual nunca foi meu ponto forte, eu simplesmente não conseguia compreender.. mas tenho a sorte de chamar essa pessoa de namorada, e de noiva, e de esposa um dia, talvez...
Não adianta se planejar, não adianta tentar escrever lembranças e sonhos num pedaço de papel, por que simplesmente é muito doloroso se lembrar daqueles dias inesquecíveis, quando se está num dia digno de chover. Também não é aconselhável planejar seus passos, saber o que você comerá de café da manhã daqui a 21 anos (QUAL FOI ?!), ou escolher o nome dos filhos. A vida está sempre passando a perna em nossas metas, e nenhum momento é igual a outro, a vida não tem replay, você deve sobreviver com o que tem naquele momento, pelo contrário, você não estará muito longe do começo. O que estou falando é pura experiência, isso é tudo que sei, ainda numa idade não muito avançada.